Você acha possível perdoar alguém incondicionalmente? Se você resolveu conceder o perdão a alguém, é porque está disposto (a) a recomeçar a relação, talvez passando-a a limpo.
Porém, o ato de perdoar deve ser feito com muito critério, pois a ruptura pode ser um precedente para novas desavenças.
O perdão das ofensas
No primeiro momento, parece tentador conceder o perdão, afinal o ofensor (na maioria das vezes) parece arrependido. Mas, o arrependimento não basta: é necessário que haja um firme propósito de rever algumas atitudes e esclarecê-las, antes de reatar a relação.
Imaginemos a seguinte situação:
Um casal de namorados briga por causa de ciúmes. Ele, transtornado, acusa sua namorada de infidelidade sem base empírica nenhuma, confiando apenas na sua \”intuição\” mal desenvolvida, partindo para as ofensas pessoais e talvez agressão física.O namoro termina.Muitos meses depois, eis que ele volta a procurá-la, arrependido, dizendo que a ama, que sente sua falta, que ela é a mulher de sua vida e esquecendo completamente (ou fingindo que esqueceu), o motivo da ruptura.
Neste caso, ela pode ou não perdoar, dependerá do quanto soube lidar com o sofrimento na época e se está disposta a assumir novos riscos.
Independente do que ela vai decidir, é importante aproveitar este momento para colocar os pingos nos \”is\” e falar abertamente o que sentiu na época da ruptura, antes de reatar a relação de fato. Não se trata de discutir a relação (DR), ou emitir comportamentos de vítima; ao contrário, esta conversa deve ser calma, franca e direta.
Isto é particularmente útil para que consigam criar uma nova forma de intimidade e começar uma nova relação, seja de namoro ou simplesmente uma boa amizade.
Quando não perdoar
Nenhuma relação deveria ser reatada sem que fosse passada a limpo antes, para que as arestas sejam devidamente aparadas. É como limpar uma casa antes de morar.
Perdoar não implica em reconciliação
Às vezes, é mais sobre encontrar paz interior e deixar para trás o peso emocional que a situação trouxe, mesmo que não haja uma mudança na relação com a outra pessoa.
É importante entender que o perdão não é necessariamente concedido para o benefício da outra pessoa, mas muitas vezes para o nosso próprio bem-estar emocional e mental.
É um processo que pode trazer cura e liberdade emocional, permitindo-nos seguir em frente com mais leveza e positividade em nossas vidas.
Se o outro não lhe pediu perdão,
mas ainda assim você está disposto (a) a reatar a relação, assuma o risco de que ela/ela não queira reatar, e tente lidar com esta possibilidade diminuindo as expectativas, afinal pode ser que a ofensa que ele (ela) lhe fez tenha servido propositalmente para que você se afastasse. Se isto correu, dificilmente ele (ela) gostaria de ser perdoado.😕
Se decidir perdoar,
esclareça os pontos necessários, evitando:
🔕Novas ofensas, ou acusações;
🔕Comportamento de vítima fragilizada;
🔕Ameaças de vinganças. Onde há perdão não pode haver desejo de retaliação.
Perdão incondicional
Embora a ideia do perdão incondicional seja romântica e disseminada, está em discordância com nosso sistema nervoso central, que memoriza os eventos que podem ser danosos.
Por isso, antes de conceder o perdão, é importante pesar na balança afetiva o que lhe compensa mais: as vezes, ficar longe do outro é doloroso, mas perdoar pode ser ainda mais….
Se resolveu que não vai perdoar,
assuma o compromisso de deixar o (a) outro (a) seguir seu rumo. Saia do seu caminho com dignidade e sem desejo de retaliação, vinganças ou provocações. Seja discreto (a) e polido (a), quando eventualmente tiver que encontrar com esta pessoa.
Maristela Vallim Botari CRP - SP 06-121677
Tratamento para dificuldade de relacionamento
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