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Comportamentos característicos de Dependência Emocional


O Comportamento Característico de Dependência Emocional consiste, basicamente em viver em função do parceiro (a).

Segundo Walter Riso (2014):

"Quando a relação começa a dar para trás, a humilhação é a estratégia mais utilizada pelosdependentes afetivos. As táticas variam de acordo com o grau de deterioração pessoal; mas, em geral, quanto maior for a dependência, mais intensa será a manifestação de comportamentos humilhantes."


São comportamentos esperados pelos dependentes afetivos:

1) Comportamentos degradantes e manipulatórios.

2) Deixam-se explorar.

Se a pessoa aceita que se aproveitem dela sem reclamar, como uma forma de assegurar sua fonte de dependência. 3) Aceitar o maltrato com estoicismo. 4) Desvirtuar a própria essência para fazer as vontades do outro. Satisfazer a pessoa amada é um dos prazeres mais agradáveis e excitantes. 5) Não expressar vontades e necessidades. Um silêncio adulador e dissimulado, que agrada e afaga e, com isso, retém. 6) Compartilhar a pessoa amada com outra.

"Uma fração do outro é melhor que nada." Pensa o dependente. A maioria dos dependentes afetivos cujo companheiro é infiel aceita resignadamente esta condicão. Transtorno da Personalidade dependente


Não necessariamente por ter uma personalidade dependente, ao contrário: muitas são pessoas bem sucedidas financeiramente, profissionalmente, conseguem ter um entorno de bons relacionamentos sociais, porém, não concebem a vida sem o seu par afetivo. Uma possível inferência pode ser feita por meio da teoria do apego do Psicólogo Bowlby (1999), que aponta que a construção dos apegos na infância poderá determinar a forma como a pessoa irá se relacionar na vida adulta. De acordo com o Psicológo, uma criança que não vivenciou um padrão seguro de apego nos primeiros anos de vida, possivelmente terá dificuldades de vivenciá-los na idade adulta. Porém isto também não é determinante. Nem toda criança insegura será um adulto inseguro e vice-versa. Outra forma de compreender a dependência estaria relacionada às incertezas que vivemos no atual momento sócio-histórico: de acordo com Bauman (1999), estamos atravessando a era da liquidez, onde tudo o que era estável e sólido "derreteu" se transformando em líquido. As facilidades tecnológicas possibilitam a troca de parceiros em apenas um clique, ampliando as possibilidades de escolha, dificultando a formação de vínculos sólidos. Isto tende a levar os indivíduos a vivenciarem uma "segurança líquida". Segundo os Psicológos Cognitivos, nosso cérebro não ainda não evoluiu a ponto de lidar coma rapidez vertiginosa das mudanças que ocorrem em nossa sociedade. Neste cenário de modernidade líquida, onde os amores também são líquidos, a única certeza que se tem é a necessidade de afeto, apoio, carinho, compreensão e amor. Mas como garantir que o outro não nos deletará de sua vida? Não há garantias possíveis. Porém algumas pessoas acreditam que a única forma de assegurar o amor do outro é abrindo mão de si mesmo. Este processo de "abrir mão de si mesmo", cria uma atmosfera de dependência, pois a intenção aqui pode ser a de aparentar fragilidade para que o outro sinta-se comovido com esta fraqueza e não abandone. Por este motivos algumas pessoas choram como crianças abandonas pelos pais, quando seu parceiro afetivo tomam a iniciativa de romper o relacionamento. O comportamento do adulto neste caso, repete o da criança com padrão de apego inseguro (Bowlby, 1999).


Como lidar com a dependência emocional




Se você é dependente EMOCIONAL: Uma das formas de elaborar a dependência afetiva é exercitar o autoconhecimento, buscando a compreensão dos motivos que te levam a ser dependente. 1) O primeiro passo é reconhecer-se como tal (parece óbvio, mas muitas pessoas negam esta condição, o que torna o tratamento difícil); 2) O segundo passo é procurar ajuda terapêutica, para conhecer suas potencialidades e aprender novas formas de exercitar sua autonomia perante os desafios da vida; Uma indicação: o treino de Habilidades sociais da Terapia Comportamental pode ajudar bastante! 3) O terceiro passo é a prática: começar a viver parcialmente sem o parceiro. Por exemplo, diminuir o número de ligações diárias, de mensagens, começar a andar com as próprias pernas.


Se você convive com um dependente EMOCIONAL:


Não ajuda muito falar "Mas que tal se você direcionasse esta atenção a si mesmo (a)?" 1) O primeiro passo é fazer uma análise detalhada da relação e verificar se não está alimentando esta dependência de alguma forma, mesmo das mais sutis. 2) O segundo passo é buscar ajuda terapêutica para trabalhar esta desvinculação gradativa: é o "desmame", afinal, as vezes é doloroso perceber que o outro está caminhando com as próprias pernas. 3) O terceiro passo é incentivar a independência demonstrando que é possível amar sem viver uma relação "simbiótica" ou "Orobórica" (Ouroborus é uma cobra mitológica que se engole do próprio rabo). Observe que existe uma grande diferença entre agir com o outro e depender do outro para agir. O dependente geralmente aprendeu a ser submisso ao outro e acredita que esta forma de se relacionar é gratificante. Por isso é comum que algumas pessoas não meçam esforços para agradar a figura de importância, em detrimento de seus interesses Podemos tomar como exemplo o caso das mulheres que amam demais: algumas chegam a ser espancadas pelos seus pares, mas continuam ali, ao seu lado. No entanto tais sacrifícios não implicam necessariamente em correspondência afetiva. No entanto, cada um de nós deve seguir seu caminho, aprendendo a fazer as próprias escolhas, respeitando os caminhos alheios. Existem momentos em que é importante que a relação seja partilhada, mas em outros é fundamental que a individualidade seja mantida, para garantir a qualidade da relação.


Considerações finais sobre dependência afetiva.


A dependência emocional é um padrão de comportamento em que uma pessoa busca incessantemente a aprovação, aceitação e amor de outra pessoa, mesmo que isso signifique sacrificar a própria felicidade e bem-estar emocional. Pode se manifestar em diversos tipos de relacionamentos, como românticos, familiares e amizades.

As pessoas com dependência emocional tendem a ter baixa autoestima e acreditam que não são capazes de se sentir felizes sem a presença e aprovação dos outros. Eles frequentemente sacrificam suas próprias necessidades e desejos para atender às necessidades dos outros, mesmo que isso signifique ignorar ou negar seus próprios sentimentos e necessidades.

A dependência emocional pode ser causada por diversos fatores, incluindo experiências passadas de abuso, negligência ou rejeição, bem como problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão.


A dependência emocional também pode se desenvolver como resultado de padrões de relacionamento disfuncionais aprendidos na infância.


As consequências da dependência emocional podem ser prejudiciais e duradouras.


Pessoas com dependência emocional tendem a ter relacionamentos instáveis e muitas vezes dolorosos, com um alto grau de conflito e dificuldade em estabelecer limites saudáveis. Eles podem experimentar depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental como resultado de seus padrões de relacionamento disfuncionais.

O tratamento da dependência emocional pode envolver a terapia individual e grupal, bem como a aprendizagem de habilidades interpessoais saudáveis, como a comunicação efetiva e a construção de relacionamentos baseados em igualdade e respeito mútuo.


A auto-reflexão, o fortalecimento da auto-estima e a prática de técnicas de relaxamento também podem ser úteis para ajudar as pessoas a superar a dependência emocional e construir relacionamentos mais saudáveis e satisfatórios.


Referências

BAUMAN, Zigmunt. Amor Líquido. São Paulo. Martins Fontes; 1999 BOWLBY, John. Formação e rompimento dos vínculos afetivos. São Paulo. Martins Fontes; 1999 RISO, Walter, 1951-Amar ou depender? : como superar a dependência afetiva e fazer do amor umaexperiência plena e saudável / Walter Riso ; tradução de Marlova Aseff. – Porto Alegre, RS :L&PM, 2014.






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