top of page

Seja você mesmo(a) - crie a autenticidade


Seja você mesmo(a) Como são realizados os atendimentos psicológicos?*
IMAGEN WIX


Eu sei que é difícil, mas fica aqui uma reflexão em torno do assunto. Creio que a autenticidade seja um exercício diário, neste mundo cheio de armadilhas.

Nossa personalidade é como um banco, cheio de moedinhas: temos a moedinha do sorriso, do acolhimento, do amor, da paz, da tolerância, da paciência, da aceitação, da submissão, do comprometimento, enfim, moedas são tudo aquilo que eu posso dar de mim para o outro. 

Moedinhas de sentimento

Cada uma destas moedas tem um valor diferente, para cada situação e cada pessoa: um sorriso pode custar caro em algumas situações, mas também pode ser extremamente gratificante para outros. 

Quando interagimos com alguém, damos algumas moedinhas, e recebemos outras em troca. Chamamos isso de interação social. 

Porém, quando damos muitas moedinhas, ficamos com o saldo muito baixo estamos deixando de ser nós mesmos. É como se nosso “banco central emocional”.

Se não recebermos nada em troca, nossas moedinhas vão perdendo o valor, e isso vai gerando uma inflação emocional, ou seja precisaremos cada vez mais moedas para alcançar nossas conquistas emocionais. E ficamos com um saldo de emoções negativas, ou seja, sofremos um déficit econômico.


Como lidar? 

Simples: Exija retorno do investimento emocional na “mesma moeda”. Se o credor não puder pagar trata-se de um credor “caloteiro”, portanto, você não deve perder seu investimento nele. Procure quem saiba investir e valorizar seu capital emocional. Diga não aos caloteiros afetivos!!

O banco emocional vai à falência

Se cada pessoa levar o que há de melhor em nós, e não deixar nada, ficaremos ” com a personalidade empobrecida” ou seja, deixamos de ser aquilo que somos, para ser uma cópia do outro.

Para que nosso saldo fique bom, é preciso que as pessoas que interagem conosco deixem algumas “moedinhas” no nosso banco.

Mas, você é uma pessoa especial!

Ficou surpreso(a)? Sim, você é.

Você é especial, sim senhor (a)! Não importa suas origens, sua formação acadêmica, sua profissão, seu status social, sua aparência física, etnia, religião ou nível intelectual.

Somos todos especiais. 

Você é aquilo que acredita ser e não aquilo que o outro vê em você, portanto não se preocupe tanto com a opinião alheia, com o que dizem a seu respeito. 

 Aprenda a dizer Não.

Diga não para as pessoas que não te respeitam, para quem não te quis, para quem te abandonou, te traiu, te humilhou, não te aceitou, abusou de você.

Diga não para os amigos que buscam você somente quando precisam; para os amores vazios de conteúdo; para as pessoas interesseiras; para as pessoas que se acham superiores a você. Não gaste suas “moedinhas emocionais” tentando conquistar pessoas de má vontade, não, não, não…. Querido(a) SIGA ADIANTE.

Diga não também para os excessos: gastos excessivos, compulsão alimentar, uso abusivo de drogas de bebidas, de sexo, vício em jogos, etc. Não desperdice o tempo da sua vida com hábitos inúteis que só fazem você perder tempo, dinheiro e afeto das pessoas que te amam verdadeiramente.

E tente não ser esta pessoa que abusa, que trai, que mente, discrimina etc….(que faz plágio, etc).

Tente respeitar o outro e exigir respeito

Porque você é especial? 

Simplesmente, porque você é uma pessoa única, com valores próprios, e com uma história de vida bastante singular, pontuada por dores e sofrimentos, que colaboram para o seu desenvolvimento emocional, cognitivo e social. 

Ninguém passou pelo que você passou, portanto somente você é que sabe onde aperta seu calo, e o que pode e deve ser feito para aliviar o seu sofrimento emocional. 

Você não se sente especial? 

Se você não se sente especial, é porque está adotando parâmetros de julgamentos errados sobre si mesmo. Por exemplo, talvez esteja se comparando a outras pessoas, que têm histórias de vida diferente da sua, ou seja está adotando padrão de julgamentos errados 

Somos aquilo que podemos ser 

A psicologia humanista considera que uma pessoa é aquela que consegue integrar em sua personalidade os diversos papéis sem grandes conflitos, respondendo ao ambiente adequadamente, sem comprometer sua essência (Rafael, 2000). 

Em outras palavras você é o que faz, o que pensa, e o que sabe. Você é plural. Você é único. Existem pessoas parecidas com você, mas não idênticas 

Siga em frente, adiante….caminhe em busca do verdadeiro EU. Isto é felicidade. 

As máscaras que usamos no dia a dia podem se colar ao rosto e se transformarem numa face verdadeira. 

É preciso muito cuidado para não misturar as máscaras com aquilo que somos realmente. 

O que são as máscaras? 

São s posturas diferentes que assumimos nos diferentes contextos. 

É praticamente impossível (e porque não dizer, inviável) ser a mesma pessoa a todo instante; é inadequado falar o que pensamos; fazer o que temos vontade. 

Até a escolha da roupa, do penteado e da maquiagem acabam seguindo alguns padrões predeterminados. 

Desta forma passamos a vida criando “máscaras”, ou seja, novos papéis sociais para cada circunstância. 


As diferentes máscaras 

➫ No trabalho – (salvo algumas exceções) os indivíduos precisam usar a máscara da falsa cordialidade, da submissão (máscara que raramente serve), a máscara da tolerância. 

Leia mais sobre postura no trabalho

➫ Na vida afetiva – Alguns indivíduos usam a máscara do falso amor, do romantismo barato e exagerado, para disfarçar interesses obscuros ou florear desinteresse. Até mesmo a máscara do perdão (muito incômoda para alguns) é utilizada para que os interesses da vida conjugal sejam mantidos. 

➫ Na vida familiar – Alguns usam poucas máscaras, o que pode causar dor e sofrimento para os outros. 

De modo geral,muitos usam as máscaras de heróis, buscando solucionar todos os problemas a sua volta. 


Podemos tirar as máscaras? 

Podemos. 

Mas nem sempre isto é aconselhável. Nem sempre é seguro. Nem sempre é bom. 

As vezes agir impulsivamente sem o devido preparo pode resultar em consequências bem pesadas. 

O Objetivo da psicoterapia é levar o indivíduo a se colocar de forma autêntica no seu meio social. Os Psicólogos podem ajudar bastante a desenvolver comportamentos assertivos. 

Leia também 


Necessidade de aceitação 

Todos precisam de aceitação? 

Aceitação consiste em acolher o outro da forma como ele se apresenta, com seus defeitos, qualidades e excentricidade, sem tentativas de modificá-lo para que satisfaça expectativas e se ajuste aos caprichos dos outros. 

Quando são aceitas de forma incondicional, as pessoas tendem a manifestar-se de forma mais autêntica, conseguindo desenvolver suas potencialidades (Rogers, 1981). 

No entanto, alguns indivíduos partem em busca de aceitação deixando pra trás o melhor de si.

É muito frequente encontrar pessoas infelizes porque devem atender às expectativas alheias, muitas vezes devendo reprimir sentimentos, pensamentos e comportamentos, o que pode levar eventualmente ao desajuste emocional e ao adoecimento psíquico. 

Para evitar estas situações, seria útil questionar os motivos que nos levam a buscar a aceitação pelos outros, abrindo mão de nós mesmos. 

Será temos que aceitar sempre o que o outro impõe para nos aceitar? Será que ao tentar agradar alguém não estamos agredindo a nós mesmos? 

Podemos levantar outros tantos questionamentos a respeito deste tema, mas isso iria alongar demais o assunto e as questões acima já são suficientes para nossa reflexão. 

Reflita: se as perdas forem maiores que os ganhos, tente emitir outros comportamentos que favoreçam a você mesmo! 


É impossível ser feliz sozinho? 

 Somos orientados, desde a infância, a buscar o sucesso no trabalho e na vida afetiva, de modo que, a solidão virou um tabu em nossa sociedade. 

Nossa cultura está repleta de elementos “românticos”, induzido os indivíduos a buscar uma parceria afetiva, como sinônimo de felicidade. 

No cinema e na literatura, são raros os casos em que os protagonistas não têm uma parceria. As músicas, geralmente falam de relacionamentos, ou de sentimentos oriundos de relações fracassadas ou felizes. 

Poucos ousam questionar estes modelos porque os que optam por não compartilhar suas vidas são duramente criticadas. 

Tenho notado o surgimento de uma nova classe de pessoas, que optaram (sim, optaram, escolheram conscientemente) viverem sozinhas. E estão felizes! 

Os neo-solteiros são pessoas muito bem resolvidas, em todas as áreas da vida. Inclusive sexualmente. 

Viver sozinho não implica em viver isoladamente , dentro de uma bolha (embora algumas pessoas prefiram); também não é patológico; significa apenas que algumas pessoas não querem mais viver relacionamentos abusivos ou desgastados por brigas intermináveis. 

Implica em vivenciar a liberdade de tomar decisões sem a necessidade de consultar alguém; ou o dever de compartilhar cada passo da sua vida com alguém; ou o desejo de não ser vítima de crises de ciúmes intermináveis; ou cansaram de pessoas que só queriam brincar com seus sentimentos; ou simplesmente o desejo de não amar. 


Como ser feliz sozinho? 

Estas pessoas tem mais tempo para se dedicar ao aprimoramento da carreira, ou à prática esportiva, ou à prática religiosa, viagens, passeios, amigos, lazer, atividades culturais, etc. E nisto reside sua felicidade: na liberdade. 

É claro que esta opção de vida tem também alguns fatores negativos, mas quando colocados numa balança, os aspectos positivos pesam mais. 

Para concluir, eu diria que: É possível ser feliz sozinho, sim. 

Não disse que é fácil, mas a vida a dois também tem lá suas complicações. 

É simplesmente uma questão de escolha. 

Se você não concorda com esta opção de vida, não precisa ser hostil, apenas peço que respeite quem fez esta escolha. 

Leia também 

Como refletir sobre nós, nossos valores, nossas relações, se não conseguimos tempo para estar conosco mesmos? 

As vezes é necessário dar uma pausa, tomar um ar. 

Não que isto vá resolver todos os seus problemas, mas com certeza, vai ajudar a encontrar algumas respostas. 


Medo da solidão 

Algumas pessoas sentem medo da solidão, e “engatam” um relacionamento em outro, apenas pra ter companhia, sem questionarem muito. Parece que a solidão é o grande fantasma da modernidade. 

E para espantar estes fantasmas, criamos a ilusão de que estamos acompanhados: Celulares e computadores ligados dia e noite tornam nossa conexão com o mundo muito mais eficiente, pois a qualquer hora do dia ou da noite é possível entrar em contato com alguém que esteja disponível. 

Porém no meio deste turbilhão de informação, as vezes é necessário uma pausa. Nestes momentos o isolamento é bem vindo. 

Se você tem dificuldades de ficar sozinho, de pensar, refletir sobre sua história, praticar o autoconhecimento, possivelmente a psicoterapia poderá lhe ajudar a se encontrar consigo mesmo (a) 

Como encontrar o caminho para a individuação? Neste mundo emaranhado em que vivemos, somos obrigados a socializar o tempo todo, querendo ou não, gostando ou não. 

Em que momentos podemos ser nós mesmos? 

Nas relações sociais (familiares, afetivas, profissionais e acadêmicas), as pessoas são impulsionadas a pensar, agir, e sentir como a maioria, sem grandes questionamentos. Soma-se a isto a influência das mídias sociais e…. Não sobra tempo (e as vezes, nem interesse) em questionar regras. Desta forma há um prejuízo considerável na individuação. 

Como ser “si-mesmo” quando não há espaço para isso? 

Para muitos, pensar de maneira não-coletivista pode ser considerada uma falta grave, pois acredita-se que, uma vez pertencente a determinado meio, deve-se pensar, agir e sentir como a maioria. Qualquer pensamento opositivo seria uma afronta. E desta forma, as relações se tornam confluentes ( Que se assemelha a algo; que vai de encontro ao mesmo aspecto e se encontra em algum ponto comum.). 

Ao contrário do que se imaginava, as relações confluentes não trazem felicidade; ao contrário, geram muita ansiedade, pois privilegia-se o interesse da maioria em detrimento dos interesses individuais. 

Algumas pessoas só se conscientizarão de que há algo errado, quando sua ansiedade estiver em graus elevados. Neste ponto é necessário que se iniciem os exercícios de autoconhecimento para chegar à individuação que é um processo longo e complexo, onde uma pessoa busca sentir, pensar e comportar-se de forma única e original. 

Para Jung (2008) 

Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por “individualidade” entendermos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si-mesmo. Podemos pois traduzir “individuação” como “tornar-se si-mesmo” (Verselbstung) ou “o realizar-se do si-mesmo” (Selbstverwirklichung).(p. 60) 

Naturalmente, este caminho para a individuação não é linear: é possível que nesta viagem em busca de si mesmo sejam encontrados inúmeros obstáculos, ladeiras íngremes, trechos inacabados e falta de iluminação. 

Algumas pessoas se detêm diante dos primeiros obstáculos, voltando para suas “confortáveis relações confluentes”, onde não não necessidade de tomar as próprias decisões. A está em dizer “não” Aquilo que não lhe serve. Não estou sugerindo que a pessoa em processo de individuação se transforme em um rebelde e se oponha a tudo, mas que pense por si mesmo. Mesmo quando tenha que concordar com as imposições do meio social, saiba o porquê está cedendo. 

MAY (1978) aponta que “a individualidade é uma das facetas da autoconsciência” (p. 78). Na vida moderna, aparentemente, as individualidades passam por um processo lento e gradual de aniquilação, restando apenas um vazio interior, que May (2008) conceitua como: 

“Resultado acumulado, a longo prazo, da convicção pessoal de ser incapaz de agir como uma entidade, dirigir a própria vida, modificar a atitude das pessoas em relação a si mesmo, ou exercer influência sobre o mundo que nos rodeia” (p. 22). 

O caminho da individuação exige que a pessoa desenvolva o sentido de autoconsciência, a fim de que possa enxergar-se a si mesmo, compreendendo de que forma se coloca no mundo, desenvolvendo formas de agir, pensar e sentir singulares, opondo-se ou não ao seu meio social. 

Opor-se ao meio não é algo que precise ser feito com hostilidade: existem formas sutis de oposição, que não trarão prejuízos a ninguém. 

Este caminho não tem fim. É importante que seja trilhado de maneira original a cada minuto. É nesta caminhada que encontramos o bem-estar. 

Referências: 

JUNG, Carl Gustav. O eu e o Inconsciente. 21 ed. Ed. Petrópolis: Vozes Ltda., 2008 

MAY, Rollo. O homem à procura de si mesmo. 6. Ed. Petrópolis: Vozes Ltda., 1978. 

RAFAEL, Maria da Graça Ferreira. Relação de ajuda e ação social: uma abordagem Rogeriana. CPIHTS – Centro Português de Investigação em História e Trabalho Social Disponível em: http:// http://www.cpihts.com. 2000 

ROGERS, Carl. Tornar-se Pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1981 


Leia também

bottom of page