Diferença entre atração, paixão e amor.
- Psicóloga sp, Maristela V. Botari
- 25 de abr. de 2024
- 4 min de leitura

Emoções são reações primárias que ocorrem em nosso organismo diante de um estímulo; o sentimento é a interpretação deste estímulo.
Se a separação entre emoções e sentimentos é algo difícil, classificar sentimentos é praticamente uma “missão impossível”. Tentarei aqui fazer uma reflexão aproximativa. Aceito comentários e sugestões.
Atração:
Somos programados para detectar estímulos bonitos (embora o conceito de beleza seja idiossincrático, ou seja, varia para cada um de nós). Deste modo, facilmente somos atraídos por aquilo que consideramos belo.
É a admiração inicial por alguém, que pode ser focal como admirar partes do corpo de alguém (olhos, boca, etc) ou o desempenho que alguém demonstrou na execução de uma tarefa (jogar futebol, tocar um instrumento, etc), ou ainda pela forma que alguém se veste.
Logo, a atração não passa deste ponto: se passar, já podemos considerar desejo.
No momento em que a atração inicial causou algum impacto, pode-se dizer que passamos a desejar o objeto. O start inicial se dá quando o indivíduo é exposto ao estímulo que admira frequentemente e passa a fantasiar.
Nesta fase, são comuns pensamentos recorrentes esparsos sobre como se aproximar do objeto desejado.
O carro chefe destes pensamentos é o objeto da atração (olhos, boca, atividade, etc)
Comportamento de atração
A exposição ao objeto colabora para que o desejo aumente, favorecendo movimentos de aproximação, que vão se tornando cada vez mais evidentes,e alguns indivíduos não conseguem disfarçá-los, chegando ao ponto de chamar a atenção de outras pessoas que estão no mesmo ambiente.
Considerando que a aproximação tenha ocorrido, e que a outra parte tenha emitido algum comportamento que indique uma possibilidade de correspondência, os é pensamentos se tornam cada vez mais recorrentes, favorecendo a emissão de comportamentos que podem levar a concretização dos desejos.
Quando o comportamento de aproximação é desfavorecido de forma recorrente, é esperado que o indivíduo gradativamente desista e passe a focar em outros interesses. Pode haver alguma frustração, mas em geral é pequena e fácil de lidar (espera-se).
Mas quando existem evidências concretas de que a outra parte está correspondendo aos comportamentos de aproximação, a euforia tende a aumentar, os pensamentos ficam cada vez mais recorrentes, muitas vezes chegando a ser obsessivos, e os comportamentos passam a ser direcionados no sentido de conquistar o objeto tão desejado. Estamos agora falando da gênese da paixão, uma fase onde as idealizações se tornam muito perigosas, pois há uma tendência a distorções cognitivas, especialmente no que concerne à busca por correspondências.
A paixão na psicologia
A paixão é a ampliação do desejo.
O objeto do desejo agora não é mais o olho, e sim, o olhar; não é mais a boca, mas sim o beijo, não são mais as mãos, e sim o toque, não é mais a voz, e sim a fala.
Uma das diferenças apontadas entre a o desejo e a paixão, é que no desejo as emoções e sentimentos são ainda rudimentares, visando o bem estar somente do indivíduo. Na paixão começa a existir a preocupação em agradar o outro. Naturalmente, em última instância, esta preocupação visa o bem estar do indivíduo apaixonado, mas isso não fica tão evidente no começo. É preciso uma dose cavalar de autoconhecimento para chegar a esta conclusão.
Perda do senso crítico na paixão
A marca registrada da paixão é a perda Total ou parcial do sendo crítico, uma vez que as atividades cerebrais estão, em sua maioria, voltadas para promover a conquista ou mantê-la.
Os centros da recompensa do cérebro intensificam a produção de dopamina, substância responsável pelo bem estar emocional, favorecendo os comportamentos de aproximação.
Nesta fase é comum que as pessoas façam mudanças sutis ou radicais na aparência, mudem alguns hábitos ou mesmo que fiquem mais distraídas.
Sendo assim, os apaixonados tendem a ficar desatentos, alegres demais ou tristes demais (dependendo da forma como a conquista está ocorrendo).
Paixão cruel e desenfreada
A paixão não conhece limites: avança o campo profissional, pessoal, familiar, prevalecendo acima de todos os demais interesses. Praticamente todos os movimentos de um indivíduo são no sentido de buscar aproximação e aceitação do outro, de todas as formas possíveis.
Quando não é correspondida pela outra parte, é esperado que o indivíduo fique frustrado, mas elabore esta frustração em curto espaço de tempo, desde que compreenda que certas coisas na vida não dependem só de nós, e que a outra parte tem outros interesses, outras prioridades.
Os sinais de uma paixão não correspondida são (na maioria das vezes) evidentes; a outra parte emite comportamentos claros de fuga, esquiva, substitui gentilezas por polidez, e restringe o contato ao mínimo possível.
Quando correspondida, a sensação de bem estar é indescritível, porém acompanhada de ansiedade (em geral nível “hard”), pois o medo da perda também é muito grande. Por esta razão, muitos apaixonados vivem constantemente aflitos.
O que é amor
O amor é a evolução da paixão.
Em alguns casos, não há necessidade de passar pelo fogo da paixão para chegar ao amor; em outros casos, paixão e amor podem estar presentes no mesmo momento afetivo.
Amor na Psicologia
O amor é entendido na teoria psicológica de Stenberg (1986) como a variação em função da extensão três elementos básicos: a paixão, a intimidade e o compromisso. As variações possibilitam oito formas diferentes de amar.


A Psicologia da atração
No amor, existe uma forte tendência a apreciar a companhia do outro como algo indispensável.
Os relacionamentos tendem a ser maduros, pois a paixão inicial já foi superada, e os pares encontraram elementos suficientemente bons para que pudessem se relacionar de forma mais construtiva.
Os defeitos são tolerados como algo natural, as manias do outro são normais, o ciúme já não é tão forte, mas a interação entre os pares é bem mais profunda, sem a necessidade de máscaras ou joguinhos emocionais.
Nesta fase, os indivíduos têm mais força para atravessarem juntos por situações de adversidades, e não ficam tão receosos em perder o parceiro, pois estão relativamente seguros que o afeto que recebem é suficiente para garantir a aceitação da outra parte.
Portanto, o amor é um sentimento maduro, que possibilita uma relação pacífica e duradoura.
Quando a Terapia dá resultados você começa a peerceber que está diferente, de uma forma boa. Sua vida passa a fluir de maneira mais leve. E você começa a ver luz no fim do túnel.

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